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SEXUALIDADE X MORALIDADE
SEXUALIDADE X MORALIDADE

 

 

A sexualidade é uma imposição da natureza.  Quando você nasceu, duas células sexuais se encontraram, se reproduziram infinitas vezes e seu ser foi criado.  Aquelas duas células sexuais estão presentes em todo o seu corpo, são suas unidades básicas, portanto, o desejo sexual é um fogo que trazemos desde o nascimento.
Se considerarmos nossas escolhas reais, ao invés de nos focarmos nas regras hipócritas, anti-sexuais, moralizantes, temos de admitir que gostamos da luxúria.  As agências de publicidade se desdobram para sugerir que seus produtos nos capacitem a despertar e excitar a luxúria nos outros, enquanto que ninguém jamais fez fortuna prescrevendo maneiras de nos tornarmos menos desejáveis, menos atraentes.  Mas, não importa qual seja o absurdo, sempre haverá alguém para defendê-lo.
O que é certo?  O que é errado?  Em todas as sociedades isso difere.  Assim, o certo e o errado são determinados apenas por uma sociedade específica; eles não são naturais, são sociais.  Não têm nenhum valor existencial.
A sociedade lhe deu idéias já prontas sobre o que é certo e o que é errado.  Só que na vida as idéias prontas não funcionam, porque a vida continua mudando, assim como o rio, cujas águas são sempre renovadas.  Por exemplo: você tem uma fotografia sua da sua infância, e, se você não souber que é a sua foto, talvez nem a reconheça, porque você mudou muito.  Essa fotografia está morta, não está crescendo, não está mudando.  E você está crescendo, está mudando.  A moralidade é como a fotografia.
Toda sociedade fica propondo que isso é o certo e aquilo é o errado.  O problema é que, o que quer que ela julgue errado, é, na maioria das vezes, natural, e atrai você.  É errado, segundo ela, mas é natural; assim, a profunda atração pelo natural está aí.  Ela tem de criar um medo tal que se torne mais poderoso que a atração pelo natural; por isso o inferno tem de ser inventado.

escrito por Dr. Luiz Ainbinder