A sexualidade é uma imposição da natureza. Quando você nasceu, duas células sexuais se encontraram, se reproduziram infinitas vezes e seu ser foi criado. Aquelas duas células sexuais estão presentes em todo o seu corpo, são suas unidades básicas, portanto, o desejo sexual é um fogo que trazemos desde o nascimento.
Se considerarmos nossas escolhas reais, ao invés de nos focarmos nas regras hipócritas, anti-sexuais, moralizantes, temos de admitir que gostamos da luxúria. As agências de publicidade se desdobram para sugerir que seus produtos nos capacitem a despertar e excitar a luxúria nos outros, enquanto que ninguém jamais fez fortuna prescrevendo maneiras de nos tornarmos menos desejáveis, menos atraentes. Mas, não importa qual seja o absurdo, sempre haverá alguém para defendê-lo.
O que é certo? O que é errado? Em todas as sociedades isso difere. Assim, o certo e o errado são determinados apenas por uma sociedade específica; eles não são naturais, são sociais. Não têm nenhum valor existencial.
A sociedade lhe deu idéias já prontas sobre o que é certo e o que é errado. Só que na vida as idéias prontas não funcionam, porque a vida continua mudando, assim como o rio, cujas águas são sempre renovadas. Por exemplo: você tem uma fotografia sua da sua infância, e, se você não souber que é a sua foto, talvez nem a reconheça, porque você mudou muito. Essa fotografia está morta, não está crescendo, não está mudando. E você está crescendo, está mudando. A moralidade é como a fotografia.
Toda sociedade fica propondo que isso é o certo e aquilo é o errado. O problema é que, o que quer que ela julgue errado, é, na maioria das vezes, natural, e atrai você. É errado, segundo ela, mas é natural; assim, a profunda atração pelo natural está aí. Ela tem de criar um medo tal que se torne mais poderoso que a atração pelo natural; por isso o inferno tem de ser inventado.